segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Papo Colorado...


Por Gileno de Pelegrin

O início de setembro, no Brasil, é marcado por comemorações da semana da Pátria. Talvez o colorado gaúcho tenha dado um dos maiores exemplos de não submissão ao futebol estrangeiro. Mostrou que podemos competir com os milhões de euros que os clubes do velho continente despejam aqui na famosa abertura da janela para negócios. Os clubes brasileiros, em sua maioria, são obrigados a venderem seus melhores jogadores, sem mesmo poderem exercer o direito do contrato firmado com os atletas na hora de sua compra. Isso não é uma coisa recente e nem tenho a pretensão de resolver o problema, mas é certo que os nossos melhores jogadores não estão aqui jogando e todos sabemos disso. Mas o que os clubes podem fazer são administrações sérias e competentes para poderem dizer não a clubes de moeda mais forte. Foi o que fez o Inter essa semana com o caso Nilmar. É arriscado como todo grande negócio. Mas a direção colorada exerceu o direito do contrato. Pouco importa se o jogador queria ou não ir para a Europa, pois um dia ele assinou aquele contrato. O que importa é que seu time exerceu seu direito e adquiriu mais 40% dos direitos do atleta e não deixou sair, recusando uma “singela” proposta de € 15 milhões. Mas isso só pode ser feito quando têm caixa e não é, infelizmente, o que acontece com a maioria dos clubes brasileiros. Talvez esse tenha sido um dos primeiros casos, fico feliz não só porque foi com o Inter, mas porque foi com um clube brasileiro. O caminho está aberto para os clubes fazerem contratos bem feitos e com altas multas rescisórias, para que se um clube do exterior quiser levar um atleta, que deixe os cofres dos clubes daqui cheios. Com isso poderem reformular seus elencos ou permanecer com os melhores atletas e nós que gostamos de futebol, podermos assistir por mais tempo os melhores jogando aqui. Talvez esse tenha sido o grito de independência dos clubes brasileiros para não vermos mais um grande atleta sair das terras tupiniquins e seu clube ficar com uma banana.
No jogo da rodada, o Inter não fez mais do que a obrigação, fez os três pontos diante da Portuguesa paulista, com alguns desfalques, Tite voltou a utilizar dois zagueiros e viu-se que é suficiente quando são bons. Álvaro mostrou boa qualidade, personalidade e agilidade no desarme. Esse jogador surgiu nas categorias de base do São Paulo como promessa, foi convocado por Luxemburgo para as olimpíadas de 2000 e depois foi para a Europa, onde ficou até sua contratação, tendo antes uma breve passagem pelo Atlético mineiro. Com esquema diferente é claro, Álvaro fez mais do que Marcão e Bolívar vinham fazendo juntos pelo lado esquerdo colorado. De resto o time não mostrou nada de especial, Guinhazú fez muita falta e Edinho mostrou que não está numa boa fase. Esperamos que o treinador colorado mantenha coerência e o esquema, pois todo time precisa de seqüência para melhorar o conjunto. A escalação que iniciou esse jogo, não merecia críticas, pois era o que tinha de melhor, com as ausências de Guinhazú, Nilmar, D’Alessandro e Sorondo, mas as substituições, como as dos outros jogos, não agradaram muita gente. O estreante Luís Carlos teve poucas chances no primeiro tempo, no segundo a bola começou a chegar, ele errou duas vezes e foi substituído, não é assim que um jogador recém contratado pega confiança. Além de que colocou um outro meio-atacante, que é Daniel Carvalho, junto com Alex. O Tite até não erra muito, mas erra em coisas básicas e simples e assim o torcedor e os dirigentes vão perdendo a paciência e ele chama, com esse tipo de atitude, mais responsabilidade pelos erros, do que realmente ele tem. Esperamos que no próximo jogo, o comandante técnico colorado não invente, faça o famoso feijão com arroz, que além de ter muito mais possibilidades de dar certo, não vai arcar com responsabilidades que não são suas.

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