sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Comentário do Idelfonso Barbosa


Bombonera
Antes mesmo do início da partida, observei um murmúrio diferente no interior do ginásio João Goulart. Não dei muita importância para o fato, apesar de notar um ar de felicidade na fisionomia de todos que ali estavam. Eram bem mais de mil e bastou a arbitragem autorizar o início do jogo para que ficasse compreendido o que havia de diferente naquele local.
Na “Bombonera” de Tapera não existe lugar para tristeza, é um grito só do primeiro ao último segundo de partida, estando o dono da casa vencendo, empatando, ou atrás no placar, o grito ensurdecedor é o mesmo. Tão intenso que se torna impossível ignorá-lo e até o adversário acaba se envolvendo no ritmo vindo das arquibancadas.
Todo dirigente, principalmente diretor financeiro, que acompanhar sua equipe em confrontos frente ao América na cidade de Tapera, com absoluta certeza ao final de tudo, independente do resultado de quadra, se verá enciumado com a extraordinária participação da comunidade local, além do grande consumo de tudo o que for ali oferecido.
Disse-me um dirigente de lá que noite de jogo do América é sinônimo de cofre “estufado”, não interessando as condições do tempo nem a importância da partida. Acrescentou que nesta temporada o público nunca esteve inferior a 800 pagantes.
Restou-me a certeza que o predicado de melhor torcida do futsal de nosso estado tem outro endereço. Até quando?

Prova de fogo
O professor Beto Mossmann referiu-se as dimensões da quadra de jogo para antecipar que a Unisc/Sicredi/Associação Sobradinho estaria numa partida ditada pela velocidade.
Não deu outra. Foram os 40 minutos mais “alucinantes” que presenciei neste Estadual da Série Prata. Pelas dimensões da quadra? Sim. Mas também, e principalmente, pela energia diferenciada existente no local, que é simplesmente de arrepiar, até mesmo quem ali esteja apenas na condição de observador.
Acredito ter sido a “prova de fogo” para o time de Sobradinho com relação as suas pretensões nesta terceira fase da competição. Mesmo sem reforços e escassos recursos financeiros, passou no primeiro teste, que indicaria as reais possibilidades para, ao menos, sonhar outra vez em continuar “teimando” ir adiante num campeonato que, a cada dia, de maneira natural, se apresenta mais complexo.

Cambalhota
Ao final da partida, enquanto recebia o troféu de melhor em quadra no último sábado, lá em Tapera, Paulinho “Cambalhota” desabafou: “Muito obrigado pelo reconhecimento. Vocês que usam óculos me vêem, apesar de eu não estar em 100% das minhas condições, espero que mais gente também me enxergue. Aguardem que, se houver oportunidade, mostrarei muito mais.”
Neste pronunciamento, Paulinho deixa claro toda sua ansiedade por um lugar na equipe considerada titular e, de maneira alguma, isso pode ser encarado como “avanço de sinal”, haja vista que quem o conhece sabe que “Cambalhota” se vê muito melhor com a bola do jogo do que com as palavras, fato que deve ser compreendido. Mas, a sua maneira, mandou o recado: não quer outra coisa senão estar na quadra de jogo.

Positivo da Semana
Sem dúvida o ponto conquistado fora de casa logo na primeira rodada da terceira fase pelo time de Sobradinho, que ainda poderá ser o ponto da classificação.
Negativo da Semana
O infeliz revide a suposta agressão do torcedor do América através da rede de proteção. Fato que, naquele momento, deixou o ambiente suscetível a conseqüências trágicas.

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