terça-feira, 25 de novembro de 2008

ROBSON E A POESIA NA FEIRA

O esporte nos traz grandes atletas que marcam a história dos gramados ou das quadras esportivas, mas as Feiras Culturais, também abrem portas para que novos talentos na escrita se manifestem e possam ser reconhecidos pelo público regional e quem sabe um dia romper fronteiras do sucesso nacional. Um bom exemplo de artista que necessitava de uma chance para ser visto, é o meu grande amigo Robson Luiz Drachler (BOBI).
Quando chamado para mostrar o que sabia em nossa Feira do Livro, correspondeu à altura do evento, nos brindando com uma poesia especialmente feita para a ocasião, sendo acompanhado ao violão por Felipe Turcato Duarte, que passo a reproduzir na íntegra para os leitores tirarem suas conclusões.

FEIRA E LIVROS MAIS QUALIDADE DE VIDA

“Robson L. Drachler”

Feira é mercado ao ar livre 
È a venda de mercadorias 
O ganho do trabalho do dia 
É momento de confraternização 
Unindo todos, patrão e peão 
Aqui o produto é a arte
E a curiosidade só uma parte
Exposta ao alcance da mão

Aqui neste rodeio de idéias 
Ninguém fica de lado
Há escritores renomados 
Leigos e gente sem estudo
Aqui se encontra de tudo
Pois é a finalidade da feira 
Ver o livro da prateleira 
Nas mãos do taura macanudo

Pelos meados da década de setenta 
Eram tímidas barracas instaladas 
Foste até por muitos ironizada
E alguns anos estiveste ausente
Mas os que plantaram a semente 
Hoje podem de ti se orgulhar 
Tens logomarca e veio pra ficar 
Eternizada pelo povo Sobradinhense

Tu foste a pioneira da região 
O que lhe faz ser especial 
Mas ainda vejo tanto bagual 
Dizer que cultura é bobagem 
Na verdade lhes falta coragem 
Pois burrice não é doença 
E infeliz é aquele que pensa 
Que pertence a outra linhagem

Nesta feira do livro buenacha
Tem quitandas por todo lado 
Há vários temas entreverados 
São as hortaliças do saber 
E nas bancas do aprender 
Os brinquedos são o conhecimento 
E as verduras e frutas o alimento 
Para quem almeja crescer 

Não há artista que pinte 
A curiosidade de uma criança 
Os olhos brilham de esperança 
Na frente de um livrinho
Ali prosiando com os bichinhos 
Ativa a sua criatividade 
Lhes juro não há melhor idade 
De que a de ser piazinho

Nunca é tarde pra aprender 
Isto é a mais pura verdade 
Quem se esconde atrás da idade 
È o maior ignorante
Pois todo o saber nunca é bastante 
Neste nosso mundo globalizado 
Basta lançar e já é ultrapassado 
Pois a vida troteia sempre adiante 

Há relíquias em museus 
Longe do alcance do pobre 
Por isso esta feira é nobre 
E a maior das festividades 
São tão raras as oportunidades 
Com palestras e peça teatral 
Tem o convívio com o intelectual 
Tudo isso no coração da cidade 

Guapa biblioteca ambulante 
Em toldo de lona e carreta 
Eta idéia buena e porreta 
A leitura veio pra praça 
Aqui se visita de graça 
Afinal a feira é do povo 
Ano que vem tem de novo
Pois vicia feito cachaça 

Há os intelectuais e os magistrados 
Homens de vasta sabedoria 
Mas vejam só quem diria 
Até eles tiveram que aprender 
Na escola a escrever e a ler 
Sinal que quem planta colhe
E seu futuro é tu que escolhe 
Basta ter vontade e querer 

Parceiro, governo pra ser governo
Tem que investir na cultura 
Tem que incentivar a leitura 
Com galhardia e denodo
Mais adiante tem eleição denovo
Dizem que cultura não dá voto 
Mas político fica melhor na foto
Quando oferece isso ao povo

E tu pai que se diz dedicado 
Faça teu filho gostar de livro
Lhe juro não há maior perigo
Do que não ter a própria opinião 
Ser sempre marionete noutra mão 
Só o estudo traz o conhecimento 
E só com ele se tem argumento
Para pelear contra a escravidão 

Crianças com armas de brinquedo 
Espero um dia não ver mais 
Imploro aos inteligentes pais 
Poupam-lhes dessa brincadeira insana
Dêem-lhes Lobato, Cecília e Quintana 
Shakespeare, Veríssimo ou Jayme Caetano
Teu filho será um melhor ser humano 
E a sociedade muito mais soberana 

O estudo é a maior herança 
Que um pai deixa pro filho 
Contra ele não há empecilho
Contra ele não há opressão 
Pois ninguém levanta a mão 
Pra quem não aceita a doma 
O estudo ninguém lhe toma 
Por isso viva a educação

Dizem que estão contados teus dias
E que tu livro será abandonado 
Pela tecnologia brutalmente atropelado
Dando lugar a informática e computador
Mofará em casa de sebo sem valor 
Nunca ouvi tanta e tamanha besteira 
Pois parceiro enquanto existir feira 
É sinal que ainda existe escritor 

Protesto não se faz com armas 
Se faz com objetivo e proposta 
Só encontra a certa resposta 
Aquele que pesquisar direito 
Não saber não é o maior defeito 
Defeito é ficar sempre alheio 
Nunca na frente sempre no meio 
Sempre na margem nunca no leito 

Feliz é aquele que tem o dom 
De ensinar o seu semelhante 
Não há obra mais brilhante 
Do que ver uma criança aprendendo 
Dia a dia descobrindo e crescendo 
Tu professor é um anjo abençoado 
Pena que és tão pouco valorizado 
Pela grande obra que estas fazendo

Estórias de vida viram Best-seller
Best-seller viram filmes e musicais 
Grandes seriados e peças teatrais 
Aqui se encontra livro de poesia 
Infantil, romance, policial e psicologia 
Desde culinária até livros de terror 
Obras-primas do iluminado escritor 
Que escreve com sentimento e maestria 

Abrilhantando a Feira do Livro 
Tem o Brique e a Ferarte
Associações mostrando sua arte 
Cada qual com sua beleza e graça 
Tem o novo Coreto da Praça 
Nosso baluarte, palco e trono 
E ainda tem o ilustre Patrono 
Taura símbolo de honra e raça 

Mil gracias Livrarias, Poetas e Escritores 
Mil gracias Conselho e Casa da Cultura
Todo evento precisa de estrutura 
Planejamento e muita divulgação 
Mil Gracias Secretaria da Educação 
A Imprensa Escrita e Falada 
Aos Patrocinadores e a toda Peonada
Responsável pela bela organização. 

21-11-08

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns a todos os que se empenham para que Sobradinho seja referencia cultural no Centro Serra e que não esmaecem, ano apos ano, nesta batalha contra a "ignorância" cultural. Um grande abraço aos amigos do blog. Att, Felipe Duarte.